BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS

Pesquisar este blog

terça-feira, 19 de outubro de 2010

JEITO DE SER















































JEITO DE SER
Marta Medeiros
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, 
talvez por isso, esteja cada vez mais rara:
 a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres 
e que  abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e 
que se manifesta nas situações mais prosaicas, 
quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada. 
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam. 
E quando falam, passam longe da fofoca, 
das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. 
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. 
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, 
é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, 
ao receber uma ligação, 
não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e 
só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. 
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro. 
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. 
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. 
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo,  
a estar nele de uma forma não arrogante. 
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, 
mas tentar imitá-la é improdutivo. 
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, 
que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, 
que acha que com amigo não tem que ter estas frescuras. 
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, 
os inimigos é que não irão desfrutá-la. 
Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

0 comentários: